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São Roque

Escola Flamenga, oficina de Malines
Finais do primeiro quartel do século XVI
Alt. 162 x larg. 48 cm
Escultura em madeira de carvalho policromada e dourada
Provém da Igreja de São Roque, Funchal
Originalmente da Sé Catedral do Funchal
MASF352


Esta escultura de São Roque, de grandes dimensões, foi encontrada na Igreja paroquial de São Roque, no Funchal, em 1992. Entrou para as colecções do Museu em 1994, tendo sido restaurada em 1997. Não parece no entanto que a origem desta peça seja esta igreja, pequena construção de meados do século XVI, depois ampliada. Deve na sua origem ter sido encomendada para uma grande igreja do Funchal, mais especificamente para a Sé Catedral, sendo São Roque padroeiro secundário do Funchal. O altar de São Roque existia na Sé, no transepto, conhecendo-se relatos de que sofreu actos de vandalismo, aquando do ataque de corsários franceses em 1566. Gaspar Frutuoso afirma: Andavam feitos leões dando cutiladas nas imagens, e tantas deram em um São Roque de vulto que no altar do cruzeiro, da banda do Nordeste, estava, que lhe cortaram braços e pernas.
Estas palavras de Frutuoso são corroboradas por uma análise à escultura, onde são evidentes sinais de mutilações. Na gola da capa do Santo é praticamente inexistente a policromia, coberta por motivos, hoje desaparecidos, como as vieiras, insígnias da sua peregrinação.
Após o restauro foi possível reconhecer a qualidade do estofado e a pintura requintada dos panejamentos, mas também das carnações, e do magnifico dourado dos cabelos em caracóis ondeados.
Assim, esta escultura, tendo perdido o seu altar na Sé, transitou para a nova igreja de São Roque, depois de grosseira recuperação, até vir a ser redescoberta emparedada.
O Santo, trajando como peregrino, veste túnica cingida por um cinto, sobre a qual se vê uma capa curta, com larga gola. Junto ao corpo vê-se o bornal, atado por correia com fivela. Calça botas de cano alto, e com a mão direita aponta para a úlcera pestífera. Junto à sua perna direita encosta-se um anjo, que deveria apontar na mesma direcção da chaga do Santo.
A encomenda desta obra para a Sé deve ter sido realizada no inicio do segundo decénio do século XVI. Existe uma proximidade formal com as da Cena do Calvário, também nas colecções do Museu.
Uma escultura com a mesma apresentação iconográfica é conhecida nas colecções do Museu de Arte Antiga em Lisboa1, apesar de se tratar de uma obra de oficina luso-flamenga.

1 Erradamente apresentada como Santiago, no Catálogo No Tempo das Feitorias, A Arte Portuguesa na Época dos Descobrimentos, Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa, 1992, p. 206.
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Créditos  |  Última actualização: 1 Fevereiro 2012