A maior parte dos tapetes orientais vindos para Portugal nos séculos XVI e XVII e que hoje podemos ainda encontrar nas colecções dos Museus Nacionais, da Igreja e de particulares, apresentam quase sempre um mesmo tipo de padrão vegetalista tradicionalmente relacionado com a produção da Pérsia Oriental, mais concretamente, com a cidade de Herat, hoje território Afegão.
A proveniência desta região, atribuída aos tapetes deste tipo, é contestada por alguns que entendem poder ser a sua origem associada ao importante centro de produção de tapetes da Pérsia que foi a cidade de Ispaão, a qual , em 1598 na época do grande Xá Abbas, se tornou capital do país.
No entanto, sobretudo no que diz respeito à produção seiscentista em que poderemos inserir este tapete do Museu de Arte Sacra do Funchal, podemos considerar que um número considerável de espécies terá eventualmente sido executado na Índia mogol embora seguindo os padrões da Pérsia Safávida. Com efeito, existe documentação escrita referindo a execução de tapetes na Índia nesta época, segundo os modelos persas, por vezes mesmo executados por tapeceiros originários deste último país. Assim, é frequentemente utilizado o termo indo-persa cara os tapetes deste tipo, executados já no século XVII.
O tapete poderá assim ser considerado como pertencente a este último grupo inserindo-se no entanto, pela sua decoração, e não pela sua proveniência, nos tradicionalmente chamados tapetes “Herat”, embora possa ter sido executado no século XVII, na Índia, sob influência persa.
Apresenta um campo de fundo vermelho rosado totalmente preenchido por enrolamentos vegetalistas, flores, palmetas e folhas lanceoladas de rico colorido. A circundar o campo vemos a habitual guarda estreita com decoração floral miúda envolvida pela barra mais larga, de fundo azul esverdeado, com decoração de palmetas, folhas, flores e enrolamentos vegetalistas.
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