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Santa Isabel, Rainha de Portugal
Oficina Portuguesa
Madeira estofada, policromada e dourada
Segundo quartel do século XVII
Alt. 164 x larg. 65 cm
Provém do Convento da Encarnação
MASF310/A
Escultura de grande porte proveniente do Convento de Nossa Senhora da Encarnação do Funchal, tendo, com a extinção do convento em meados do século XIX, transitado para armazém da Câmara Municipal do Funchal. Deve ter pertencido a um altar da Igreja do Convento, e não a algum orago conventual, pelo gigantismo das suas proporções.
A Rainha Santa Isabel era filha do Rei de Aragão, nascida em 1271. Casou com D. Dinis, Rei de Portugal, tornando-se monja em Santa Clara de Coimbra depois da morte de seu marido em 1325. Morre em 1336. Particularmente conhecido é o seu milagre da transformação do pão em rosas.
A Santa, vestida de monja clarissa, tem uma túnica e manto ricamente lavrados, com coifa justa que esconde os cabelos e deixa ver a face. Na cintura tem bolsa com motivo representando uma concha, característica da peregrinação a Santiago de Compostela. Levanta o seu braço direito que deveria segurar na mão um rosário. No regaço deixa ver as rosas, que caracterizam a iconografia do seu milagre.
Apresenta uma modelação serena e compacta, numa atitude próxima às oficinas portuguesas do maneirismo contra-reformista, em que a contenção dos gestos acompanha a diluição da exibição do sentimento ou emoção. Uma expressão vaga e contida, etérea, de rigor icónico, transparece na sua carnação de belo efeito e excepcional modelação. A escultura deve ter sido executada pouco depois da canonização da Santa, ocorrida em 1625, por Urbano VIII.
Pode reconhecer-se alguma proximidade ao conjunto da Visitação, hoje na Casa-Museu Frederico de Freitas, no Funchal. |
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