Cálice de base hexagonal, haste com dois nós, copa e falsa copa.
A base polilobada em arcos de circunferência e triângulos é hexagonal e alteada em dois registos. No primeiro registo, um torçal de louros decorando a superfície. O segundo registo, de contorno polilobado, idêntico ao anterior, seccionado em seis partes, é decorado com elementos vegetalistas relevados e seis cabochões com ametistas. Na parte superior, junto às ametistas, a superfície apresenta-se vazada por pequenos círculos.
O primeiro nó, de achatamento hexagonal, marca a passagem para a base, formado por anéis, moldurado e encimado pela haste com aplicações de esmalte branco e verde sobre fundo em tons de azul. Nos esmaltes, em alguns deles, enrolamentos vegetalistas.
A meio da haste hexagonal, um elaborado nó esférico, levemente achatado, ornamentado com seis medalhões quadrangulares com aplicações de esmalte, idênticos aos da haste, e superfícies triangulares de folhagem relevada. A separar o nó da falsa copa, um outro anel da haste com esmaltes semelhantes ao que liga o primeiro ao segundo nó.
A falsa copa, relevada e vazada, é decorada com motivos vegetalistas. No bojo, seis pares de pingentes de cristal estão suspensos, em substituição de tintinábulos.
A copa lisa tem na face exterior uma banda com a inscrição CALECE / EDIM / SALVTARI / ATCIPIE / DOM /.
O inventário de 1692 menciona um cálice de prata todo dourado, com sua patena e campainhas, esmaltado em partes de azul, o qual veio de São João Latrão, que pesa 4 marcos menos 3 oitavas.1
Este cálice é próximo ao da Igreja de Nossa Senhora da Assunção de Colares.2
Exposto no Convento de Santa Clara em 1951, Funchal e Lumen Canariensis (El Cristo de la Laguna y su Tiempo), Tenerife, Canárias 2003.
1 Torre do Tombo, Livros dos inventários da Sé, pp. 5 a 22, em PITA FERREIRA, A Sé do Funchal, p. 183.
2 Inventário do Museu Nacional de Arte Antiga, Colecção Ourivesaria, I Volume, Do Românico ao Manuelino, IPM, Lisboa, pp. 88 e 89.
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