Provém de um altar, hoje desaparecido, do transepto da Sé do Funchal, pertencente à Confraria da Ascensão, fundada em 1572.
A paleta geral da obra denuncia os valores do maneirismo em Portugal, pela existência de tons claros e intensos, de contrastes profundos.
O historiador Dagoberto Markl reconhece afinidades com os painéis do Nascimento da Virgem e da Anunciação provenientes do Mosteiro dos Jerónimos, hoje no Museu Nacional de Arte Antiga, notando ainda a evidência da proximidade com um desenho do mesmo Museu.
Curiosa é a hipótese de que a figura de um dos Apóstolos da direita, seja um auto-retrato do artista, até pela sua afinidade com uma figura semelhante num Pentecostes do retábulo da Sé de Portalegre.
José Alberto Seabra de Carvalho apresenta o quadro do Funchal como percursor do desenho do Museu de Arte Antiga. No entanto, não existe consenso, entre os especialistas, sobre a datação da pintura. Uns recuam-na até aos anos 70 do século XVI, outros para os últimos anos do mesmo século, possibilidade mais consensual.
Esta pintura foi recentemente estudada por Isabel Santa Clara¹.

¹ Das Coisas visíveis às invisíveis, contributos para o estudo da Pintura Maneirista na Ilha da Madeira (1540-1620), Vol.I e II, Tese de Doutoramento em História da Arte da Época Moderna, Universidade da Madeira, 2004.